André Leal tem 20 anos e tem sido umas das revelações do Paços de Ferreira. O jovem futebolista pacense contou um pouco do seu percurso e quais os objetivos para o futuro.
Como é que surgiu o gosto pelo futebol?
André – Desde sempre, devia ter três anos. Tenho fotos nessa idade já com equipamento vestido e bola de futebol na mão, já desde pequenino, sempre tive o gosto pelo futebol, também de jogar com o meu pai. O gosto foi aparecendo.
Como é que surgiu a alcunha de Andrezinho?
André – Desde miúdo. Desde que comecei a jogar futebol, se calhar por ser um pouco mais pequeno que os outros da minha equipa. Os meus colegas de equipa começaram a tratar-me por Andrezinho e durante a minha formação foi ficando assim.
Esteve grande parte da formação no Paredes, passou também pelo Rio Ave. Como é que reagiu à mudança para o Paços de Ferreira?
André – Eu estava em dúvida no Paredes em mudar-me para o Rio Ave ou para o Paços. Houve ali um tempo que eu tinha que decidir, acabei por decidir pelo Rio Ave. Depois tive uma lesão, estive parado quando cheguei ao Rio Ave e depois as coisas tornaram-se mais difíceis para jogar. O trajeto para Vila do Conde também era difícil para mim, tinha que ir de transportes públicos e o cansaço era grande. Muitas vezes o meu pai tinha que deixar de trabalhar para me poder levar aos treinos e passado 3, 4 meses de Rio Ave acabei por me mudar para Paços, acabando lá o meu primeiro ano de juniores. Essa mudança penso que foi muito boa para mim. Ainda bem que aconteceu e graças a isso estou hoje onde estou e graças ao Paços também.
Com 20 anos tem jogado bastante na liga portuguesa e é considerado um dos jogadores revelação da época. Como é que encara isso?
André – Não imaginei, mas acreditei sempre que isso podia ser possível. Acreditava muito que este podia ser o meu ano de afirmação, que este ano tinha que me afirmar para poder ter uma carreira boa. Era importante quanto mais cedo me afirmasse na primeira liga, melhor para a minha carreira, melhor para mim. Acho que é uma responsabilidade por ter 20 anos e estar na primeira liga a jogar regularmente, mas claro que estou feliz e estou a trabalhar para merecer esta oportunidade.
Qual é o segredo para o sucesso que está a alcançar?
André – É o trabalho e o acreditar nas minhas capacidades, na minha qualidade. A confiança é determinante nesse aspeto.
Pretende ser um exemplo para os jovens que estão nos escalões de formação?
André – Sim, sem dúvida. Quando falamos na responsabilidade, também a sinto. Eu não sou o único jovem na equipa do Paços, há vários e todos nós sentimos a responsabilidade pelo facto de estarmos na equipa principal do clube. Também queremos mostrar aos jovens da formação que é possível chegar lá, que com trabalho eles também podem lá chegar e jogar mesmo sendo jovens.
Considera que os clubes portugueses estão a apostar mais nos jovens da formação?
André – Sim, sem dúvida. Talvez pelo facto financeiro dos clubes portugueses. Isso leva-os a apostar mais nos jovens da formação, que é muito bom tanto para o futebol como para todos os jovens, uma vez que passam dez anos de formação e depois a partir dos juniores quando terminam, deixam o futebol, maior parte deles. E agora com esta aposta na formação, acho que dá para eles acreditarem mais que é possível e não pensarem que o futebol acaba quando chegarem ao último ano de juniores.
Quais são os seus objetivos para o futuro?
André – Para já, quero continuar a jogar, continuar a ser aposta do meu treinador, porque só jogando é que me valorizo. Quero continuar a trabalhar para um dia alcançar a selecção que é um sonho para mim, jogar pela selecção. Ainda sou muito novo e tenho uma longa carreira pela frente.
Tiago Ribeiro