Livro do Dia: “Incognito” de David Eagleman

Se a mente consciente é apenas uma ínfima parte da atividade cerebral do Homem, o que anda o resto a fazer? Esta é a questão lançada pelo neurocientista e escritor norte-americano, David Eagleman em Incógnito: a vida secreta do cérebro. O livro baseia-se na exploração dos pensamentos de um neurocientista, mas não debate questões filosóficas do conflito entre cérebro e mente. Ao longo das suas páginas, o leitor irá aprender sobre a forma como a neurociência está a alterar o método de observação do mundo real.

Em “Incógnito”, David Eagleman apresenta um conjunto de ideias relevantes. Contudo, algumas podem contribuir para a distorção do método científico: o autor utiliza alguns dos truques mais básicos de escrita para fazer com que o livro apele ao leigo, como hipérboles e metáforas mundanas – que danificam a sua credibilidade. Apresenta diversos factos e curiosidades sobre o cérebro, mas raramente os desconstrói e os racionaliza. A estratégia funcionou, mas não sem danificar a relevância científica da obra.

Nas últimas décadas, tem-se assistido ao desenvolvimento acentuado da neurociência. O autor acredita que ela irá fornecer respostas valiosas. Acima de tudo, é um ramo de conhecimento que serve para fazer perceber que a consciência humana não é o centro da mente, mas sim uma rede dinâmica e com várias tarefas. O problema é que muitos dos processos mentais do Homem ainda lhe passam despercebidos. “Incógnito” é competente em explicar de forma básica todos esses fenómenos.

Daniel Gonçalves

Mais informação:

Crítica do jornal “The Guardian”

Excerto da palestra dada pelo escritor, em 2011:

Artistas populares: a morte nem sempre é o fim

25 de junho de 2009. Notícia de última hora: morreu Michael Jackson. Todos os canais passavam a notícia que apanhou o mundo de surpresa.

A comoção popular multiplicou-se um pouco por todas as regiões do globo. Fãs desolados e que se propunham a manter o seu legado artístico imortal. Surgiram inúmeros rumores de que o cantor tinha uma divida astronómica, em torno de 500 milhões de dólares. E ironicamente, conseguiu pagá-la, depois de morto.

Como de costume, as técnicas de marketing e merchandising não falham: tudo o que seja relacionado ao artista no que diz respeito às vendas dispara.

Sete anos depois, de acordo com as publicações da revista “Forbes, ficou cinco vezes consecutivas no primeiro lugar da lista dos artistas que lucram mais. No ano de 2015, gerou 115 milhões de dólares.

Prince foi encontrado morto aos 57 anos no passado mês de abril no estúdio em sua casa, em Minneapolis, nos Estados Unidos. Uma autópsia foi feita na sexta, mas ainda não há resultado. Surgiram vários rumores em torno da sua morte, mas nenhum foi confirmado. O processo é novamente o mesmo: o artista desaparece do palco fisicamente, vendas de álbuns e músicas sobem exponencialmente não acumularam grandes fortunas, outros já não estavam na ribalta de outrora.

Poderá a fama póstuma surgir porque os artistas passam a ser endeusados de tal forma que as histórias e as obras que produziram ficam na mente das pessoas?

Parece que a morte é a única que absolve pecados e defeitos. O que pode ser entendido como o fim de um capítulo, torna-se no início de algo grandioso, em alguns casos o (re) lançamento de carreiras.

Rayne Cristiane Fernandes

#1 Jack Nicholson: o “bad boy”

A “The Internet Movie Database” (IMDB) detém várias listas de usuários com os melhores atores de todos os tempos. O Infomedia elaborará, durante duas semanas, um artigo para cada um dos cinco melhores atores presentes na lista da usuária “Yves Porters” . Jack Nicholson está no topo da montanha e parece não querer descer.

 “A maior e mais fiável fonte do mundo do cinema, da televisão e das celebridades” classifica o ator do clássico filme de terror “Shinning” como um dos melhores do planeta. Completou em abril 79 anos – muitos deles passados na pele de diversas personagens -, mas não se deixa influenciar pelo peso da idade. A estrada de Hollywood não tem limites para Jack Nicholson que começou a carreira como ator, mas aventurou-se no papel de produtor e diretor.

Das doze vezes que foi nomeado aos Óscares, contam-se três as que trouxe a estatueta para casa. De uma forma genérica, é apenas um ator que fez o papel de diversas personagens carismáticas que lhe valeram o primeiro lugar na lista. Mas não. Não fosse Jack Nicholson ser o irreverente e inigualável Nicholson e metade dos filmes nos quais entrou não subiriam ao pódio. Este é o ator que levou milhares de espectadores ao cinema.

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John Joseph “Jack” Nicholson, 79 anos. Fonte: Todo dia

Cresceu a acreditar que a mãe era a sua avó. Mas a história não acaba por aqui: quem Jack pensava ser a sua irmã mais velha era, na realidade, a mãe, June Nicholson. Uma árvore genealógica com os galhos trocados, que revelou as verdadeiras raízes quando o ator já completava 38 anos. Jack descobriu a verdade, através de uma publicação sobre a sua biografia, na revista Time. Se a mãe andou desencontrada entre o papel de avó e de irmã mais velha, também o pai encontra-se envolto entre um ítalo-americano, Donald Furcillo, e o homem que era empresário da própria mãe,  Eddie King. Segundo a biografia “A vida de Jack” de Patrick McGilligan, June Nicholson tinha duvidas quanto ao pai biológico do ator.

O iluminado

Começou a caminhada em Hollywood com o filme “The Cry Baby Killer” (1958), mas apenas chegou à estrada do sucesso com o filme “Easy Rider” (1969), que o levou à primeira nomeação aos Óscares. Não obstante à carreira de ator, Nicholson escreveu roteiros para filmes e sentou-se ainda na cadeira do diretor na película “Drive, He Said” (1971). A primeira estatueta como melhor ator chegou com “One Flew Over the Cuckoo’s Nest”, em 1975.

Para muitos, Jack Nicholson é indissociável do grande papel que exerceu em “Shinning” (1980). A história de um escritor maníaco que Nicholson vestiu na perfeição. De sorriso diabólico e com as sobrancelhas curvadas, características do ator, a personagem Jack Torrance passou a fazer parte da lista dos vilões mais conhecidos de Hollywood.

 

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“Here’s Johnny!”: cena emblemática da película “Shinning”. Fonte: Area H

A frase emblemática de “Shinning” não estava no roteiro do filme. “Here’s Johnny!” foi um improviso de Jack Nicholson. Segundo diversas fontes, o ator socorreu-se do programa “The Tonight Show – Starring Johnny Carson”, no qual o apresentador utilizava a expressão para se introduzir ao público.

O vilão favorito dos espectadores

Joker. Jack Nicholson. Dois nomes que juntos fazem magia. Foi em “Batman” (1989), um filme de Tim Burton, que o ator vestiu uma das personagens mais importantes do mundo da DC Comics. Pode parecer estranho que os melhores papeis sejam desempenhados no estatuto de psicopata, mas a verdade é que a sua personalidade irreverente ajuda na caracterização da personagem.  “The Joker” revelou-se um dos vilões preferidos dos espectadores após a interpretação inigualável do ator.

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Jack Nicholson na pele de “Joker”, o vilão de “Batman”. Fonte: imgrsc.ru
A acrescentar à lista dos filmes já referidos, existe um número considerado de clássicos nos quais o nome Jack Nicholson aparece nos créditos.

 

Seleção de filmes nos quais o ator entrou. Fonte: IMDB
1. Chinatown (1974)
2. Terms of Endearment (1983)
3. Melhor É Impossível (1997)
4. The Departed – Entre Inimigos (2006)

Na prateleira de galardões de maior relevância que Nicholson recebeu pode-se ver as três estatuetas dos Óscares, os sete Globos de Ouro e o prémio Kennedy. Relativamente aos relacionamentos que o ator foi mantendo ao longo da vida, perde-se a conta entre atrizes e modelos. Jack Nicholson sempre manteve o estatuto de “bad boy”. A dependência nas drogas, os conflitos com a policia e as relações conturbadas preencheram a vida do fã dos Lakers. O ator tem cinco filhas, três delas de relacionamentos diferentes.

Sobre o homem que é considerado o melhor ator do Universo são diversos os boatos que se criam, se são verdade ou não, dificilmente se descobrirá. No meio do enredo, existe um facto que é irrefutável, Jack Nicholson é um nome incontrolável na história do cinema.

Nádia Santos

 

 

Adaptações: quando a literatura inspira a música

Num artigo anterior, abordou-se a importância da literatura na produção das narrativas cinemáticas. Parece que nada escapa às rédeas da literatura. O heavy metal – um género muitas vezes negligenciado pela cultura popular- também utiliza a literatura como motor de criação lírica.

Um dos exemplos mais recentes pode residir em “AHAB”. Formados em 2004, a banda originada na Alemanha proclama-se Nautik Funeral Doom, um subgénero pouco convencional, caracterizado por uma sonoridade de batida lenta e prolongada.  A banda retirou o seu nome de uma das personagens de “Moby Dick” de Herman Mellville. Existe uma obsessão com o oceano e as suas histórias.

Apesar da excelência artística que apresentam, o tom irreverente das suas composições pode servir de impedimento à sua popularidade. Mas isso não os detém. Em 2015, a banda decidiu criar um álbum conceptual – onde cada faixa se interliga a nível lírico com a próxima. O resultado é uma viagem sonora inconfundível.

The Boats of The Glen Carrig baseia-se num romance de fantasia marítima de 1907, e conta a história de um grupo de marinheiros que vêm o seu barco encalhado numa ilha misteriosa. As letras de cada música retiram os excertos mais marcantes de cada capítulo, para dar música à história.

(It’s been) seven years she’d been imprisoned
Seven years beset with dread
Seven years white death envisioned
Seven years of doubt well-fed

The desolation of the weed continent
And the cemetary of seas
Her volition turned all somnolent
Longing for an ease

There stood Mary Madison
Firmly the ladle she gripped
And out of some old bucket
Good ol’ rum she dipped

Howbeit we won the day
The captain’s wife was lost
Mary wallows in dismay
Pities (her demise) with disgust

So brace yourselves, ye seamen brave
Behold a bright light burning
Whenever be the seas so grave –
For man and maid the tide is turninv

Com este álbum, a banda AHAB faz questionar a natureza da arte. Todos os tipos de arte aparentam tornar-se uma única expressão: a infinita capacidade criativa do Homem.

Daniel Gonçalves

Imagem: https://i.ytimg.com/vi/hQ33uBqSweg/maxresdefault.jpg

Plágio: Coincidência ou imitação na música

A criatividade é um dos pilares na carreira de qualquer músico. A questão é perceber quando é que esta se confunde com plágio. No mundo discográfico, selecionam-se alguns casos sonantes como “Loca” de Shakira ou o grande sucesso de Michael Jackson “Wanna be starting something”.

De acordo com o dicionário português, plágio é o ato de copiar ou assinar uma obra  de outra pessoa,usando partes ou a totalidade e assumindo-a como própria. Numa explicação mais simples, ocorre quando uma pessoa copia o trabalho de alguém sem colocar os créditos do autor original. Pode existir em qualquer formato artístico.

Na área musical verifica-se plágio quando excertos ou a totalidade de determinadas produções são copiadas por artistas, que a assumem como criação original. Se for essa  a situação, considerada como crime de violação de direitos de autor, a questão tem de ser resolvida em tribunal.

Em 2010, a colombiana Shakira lançou o single “Loca” que se tornou num dos hits do fim do verão daquele ano. Posteriormente a canção foi considerada uma cópia de uma obra de um compositor dominicano Rámon Arias Vásquez. O juiz que analisou o caso entendeu que a versão infringiu direitos de autor.

Michael Jackson usou samples da obra de Dibango, cantor que o acusou de plágio. Consequentemente, o Rei do Pop foi obrigado a pagar pelos direitos de autor.

“Blurred Lines” , de Robin Thicke e Pharell Wiliiams (2013) foi uma outra música que obteve um enorme sucesso. Os cantores foram condenados em tribunal a pagar uma quantia de 7,3 milhões de dólares por terem copiado excertos de “Got to Give it Up” (1977) de Marvin Gaye.

Atualmente, a música é suscetível de se tornar monótona por seguir um padrão regular, por não haver muitos artistas que tenham a ousadia de abandonar a zona de conforto e explorar outros géneros. Por isso a autenticidade deveria e deve ser uma característica inerente a todos os músicos.

Rayne Cristiane Fernandes

 

Dia Mundial da Dança comemorado a 29 de abril

Serão realizados espectáculos e workshops para todo o público, que estão a ser organizados por grupos de dança, escolas e associações de todo o país. O dia Mundial da Dança será comemorado a 29 de abril.

A data foi escolhida para recordar o nascimento do coreógrafo francês Jean-Georges Noverre (1727-1810), um dos pioneiros da dança moderna.

O Dia Mundial da Dança foi instituído em 1982 pelo Conselho Internacional da Dança (CID), entidade criada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

Este dia tem como objetivo celebrar a arte da dança e mostrar a sua universalidade, independentemente das barreiras políticas, culturais e éticas.

Espetáculos de dança e workshops são algumas das iniciativas que irão decorrer em todo o país já no fim de semana para assinalar a data.

Dentro do programa das actividades estão agendados workshops para todas as idades e estilos de dança, não só com o objetivo de ensinar esta arte mas também de passar a mensagem de que a dança é uma mais valia para o bem-estar de cada pessoa.

Ana Ribeiro

Festival Dias da Dança

O festival Dias da Dança preenche mais de dez espaços em Matosinhos, Gaia e Porto, num evento internacional dedicado à dança contemporânea capaz de funcionar como montra para os coreógrafos do Norte e de atrair grandes nomes do circuito internacional.

Este festival vai realizar-se de 27 de abril a 7 de maio em vários espaços dispersos pelas três cidades.  Teatro Municipal Rivoli, Teatro Municipal Campo Alegre, Fundação de Serralves, Teatro Nacional São João, Coliseu do Porto, Mala Voadora, no Porto, o Cine-Teatro Constantino Nery, em Matosinhos, e o Auditório Municipal de Gaia e o Armazém 22, em Gaia, além do espaço público nas várias cidades, programação gerida pelo Balleteatro.

A apresentação da primeira edição da iniciativa aconteceu na passada quarta-feira, no Café-Concerto do Rivoli, com as presenças dos presidentes da Câmara do Porto, Rui Moreira, de Matosinhos, Guilherme Pinto, do vereador da Cultura da Câmara de Gaia, Delfim Sousa, e do diretor do Teatro Municipal do Porto, Tiago Guedes.

O Festival DDD parte da ideia da ligação que se pode construir entre as três cidades e propõe uma programação com 27 espetáculos e muitas outras atividades, num programa dividido em três áreas distintas.

Há novas criações de Né Barros, Marlene Monteiro Freitas, André Mendes, Raimund Hoghe, Vera Mantero, Aimar Pérez Galí, entre muitos outros nomes, para ver em estreia nacional ou absoluta.

Há ainda várias masterclasses com coreógrafos, conversas pós-espetáculo e festas de abertura e encerramento (encontros e festas na Mala Voadora), além de sessões de cinema temáticas e vários encontros.

Na última área programática, denominada “DDD Extra”, são propostas atividades complementares aos espetáculos, com relevo para o público estudantil. Diversos workshops e masterclasses vão acontecer em escolas artísticas das três cidades, estimulando a relação de proximidade entre criadores e o ensino da dança.

Os bilhetes para os vários espetáculos do Festival DDD- Dias da Dança encontram-se à venda nas bilheteiras dos respetivos locais de apresentação, à exceção do Passe Conjunto DDD, no valor de 40 euros, exclusivamente disponível na bilheteira do Rivoli. Os preços para espetáculos individuais variam entre os 10 euros para apresentações internacionais em auditórios e 7,5 euros para criações nacionais, também em auditórios. Noutras salas de apresentação, as entradas terão um custo de 5 euros.

O programa completo está disponível em www.festivalddd.com.

Ana Ribeiro

Adele: Quando a diferença se torna um trunfo

Perfeição, uma aparência escultural e publicações regulares nas redes sociais: parâmetros supostamente essenciais para a sobrevivência de artistas hoje em dia.E quando surge uma cantora que quebra com os padrões estabelecidos pela sociedade?

Dona de uma voz inconfundível, um estilo do passado que se tornou imagem de marca, personalidade ao nível do talento, Adele  é a prova de que arte prevalece.

Imagens provocantes, coreografias cheias de ritmo, cores vibrantes compõem as apresentações de muitas colegas de profissão. Mas aqui o cenário é outro. Músicas com uma profundidade que conjuga o Blues, Pop e R&B, atuações intimistas onde com poucos movimentos envolve as pessoas nas histórias por detrás das criações.

Vale a pena esmiuçar a escalada de sucesso nada convencional desta intérprete: numa época em que a busca pela aparência imaculada é uma utopia que as pessoas querem tornar alcançável, surge uma mulher que representa milhares, um corpo não perfeito que transmite uma naturalidade e confiança transcendentes. Desapegada do conforto do online, tem um perfil de Facebook mas não o administra e as atualizações não são frequentes.

As plataformas online ditam um novo paradigma na esfera musical: serviços de streaming e até sistemas de downloads fazem com que muitos consumidores não sintam necessidade de comprar álbuns. Mas não quer dizer que não vendam. Pelo contrário: o terceiro álbum de estúdio da cantora, “25” lançado seis semanas antes do fim de 2015, e foi o mais vendido em todo o mundo.

Para além disso, numa fase onde a hegemonia digital é uma arma de extrema importância para informar os fãs mais devotos, Adele novamente foge à regra. Desde o seu último trabalho em 2011, permaneceu num hiato musical e comunicacional, sem quaisquer fotografias pessoais captadas, ou outro tipo de informações.

Mas o que para muitos artistas pode significar perdas de popularidade,  este não é o caso. Quatro anos depois, o primeiro single do novo projeto “Hello” foi lançado primeiro na televisão. Quando chegou ao Youtube, em dois dias obteve 50 milhões de visualizações. No Reino Unido, o álbum vendeu 2,9 milhões de cópias e alcançou um certificado de 9vezes platina. Estes são apenas alguns momentos que demonstram a singularidade e qualidade desta artista.

No caso de Adele, o menos é mais, o silêncio é mistério e a diferença é trunfo.

Rayne Cristiane Fernandes

Adaptações: Quando a palavra se transforma em imagem

Adaptar um livro ao grande-ecrã é um fenómeno antigo. Desde o inicio da sua história que o cinema mantém uma relação simbiótica com a literatura.

Em 1899, os lendários Irmãos Grimm passavam das palavras na página para as imagens na tela. Mais de um século depois, 6 dos 10 melhores filmes da lista do sítio online do IMDB são baseados em livros: histórias icónicas como “O Padrinho”, ou “Os Condenados de Shawshank” originaram produções vencedoras de óscares.

Nos últimos anos, quatro a sete filmes nomeados para a estatueta dourada baseiam-se em narrativas literárias. Só em 2016, nove fizeram parte da lista deste ano: filmes como “The Martian”, “The Big Short”, “Brooklyn”, “Carol” e “Room” receberam a menção da Academia.

São várias as razões que explicam estes factos. Segundo o Daily Mail, as adaptações de filmes ajudam a aumentar a venda de livros entre adolescentes.  O franchise “Os Jogos da Fome” fez as vendas de livros subirem 11 pontos percentuais no Reino Unido.  Por outro lado, alguns autores de romances, atraídos por um mercado lucrativo, apostam numa construção narrativa que seja fácil de transformar em filme.

Quando é bem realizada, a relação entre a literatura e o cinema pode ser muito lucrativa. Como relata o “The Nielsen Company”, as vendas do livro “Comer, Orar, Amar” aumentaram de forma significativa meses antes do lançamento da respetiva adaptação: 94 000 unidades vendidas numa semana, quase o mesmo valor que o ano inteiro após a publicação original.

Já Catherine Raynes, chefe de merchandise da Paper Plus – uma editora Neozelandesa – revela ao site Booksellersnz que “as livrarias podem perfeitamente tomar partido das adaptações para aumentar as vendas”. Para Catherine, tudo se deve à curiosidade do espetador: “Eu penso que isso origina do interesse nas pessoas. Querem perceber de onde vem a história do filme que foram ver ao cinema,” diz.

Nem sempre dá certo. Como qualquer outro filme de argumento original, existem adaptações que não geram lucro, e são mal recebidas pela crítica. O cheatsheet.com faz uma lista com algumas das experiências falhadas.

Apesar de tudo, livros e filmes permanecem meios distintos de fazer um ato universal: contar histórias.

Daniel Gonçalves

Imagem:http://dostoevsky-bts.com/blog/tag/modern-adaptations-from-classic-literature/

Do basquetebol para os principais palcos europeus

Pedro Lisboa Santos – nome verdadeiro de C4 Pedro – tem trilhado o seu caminho na música angolana. Atualmente, é um dos seus maiores nomes, e já cativou Portugal. Músicas como Vamos ficar por Aqui ou É melhor não duvidar ajudaram a consolidar a carreira do cantor e a levá-la a outro patamar.

A Kizomba nasceu em África, mas acabou por explodir por toda a Europa. França, Bélgica, Espanha, Reino Unido são países que se deixaram levar por este ritmo. Misturou-se com o Hip-Hop, Eletrónica e R&B .Portugal tornou-se um palco demasiado pequeno: as festas espalham-se um pouco por todo o país, e as aulas de dança conquistam cada vez mais seguidores. Assim, este género ganha cada vez mais força.

O basketball era a sua grande paixão, mas uma lesão grave interrompeu o sonho de se tornar profissional. Fechou-se uma porta e abriu-se outra : a música. Em 2007, tomou a decisão de a tornar numa profissão.C4 Pedro é também compositor e produtor. Toca guitarra, piano e teclado. Viveu 10 anos na Bélgica, onde começou a dar os primeiros passos na música. Desde aí nunca mais parou.

Depois de dois álbuns de estúdio, lançou King Ckwa em Setembro de 2015,  cujos singles estão na boca dos fãs mais fervorosos. Alguns fazem parte de trilhas sonoras de novelas com grande audiência, o que evidencia o sucesso do artista.

As redes sociais são, atualmente, uma extensão dos artistas. São uma forma do público estar a par de todas as novidades. O nível de popularidade pode verificar-se por aí: é a personalidade angolana com mais seguidores, 170 mil no Facebook com alcance de 5 milhões de pessoas por mês.

Rayne Cristiane Fernandes