Rui Manuel Sousa Dias tem 33 anos. Licenciou-se em Fisioterapia. Mais tarde, especializou-se em fisioterapia desportiva. Trabalha há 7 anos no Futebol Clube de Paços de Ferreira. Os dois primeiros anos foram nos escalões da formação e os restantes como profissional.
“Tenho o melhor dos dois mundos,”admite. “Trabalho precisamente nas duas áreas que me fascinam desde cedo, o desporto e a saúde”.
Que atividades desenvolve enquanto fisioterapeuta de um clube?
Rui Dias – Para além de tratar de eventuais lesões, trabalha sempre no sentido de proporcionar o maior conforto e bem-estar ao atleta para que nada falte. Tentar potenciar ao máximo as suas capacidades. E ajudar quer física quer mentalmente para que estejam no seu melhor.
Trabalhas sempre em conformidade com a equipa medica, equipa técnica e vice-versa?
Rui Dias – Sim, trabalhamos todos como uma equipa multidisciplinar, com um objetivo único, mas cada um com a sua função específica.
O tempo é um fator importante na reabilitação dos atletas?
Rui Dias – Sim, há cada vez mais técnicas e utensílios que ajudam a acelerar os processos de recuperação, mas no entanto há etapas que não se podem saltar e o tempo que os tecidos e o organismo necessitam para cicatrizar é um deles.
Há formas de prevenir as lesões em atletas?
Rui Dias – Há programas de prevenções e cuidados que podem ajudar sem dúvida. Mas a predisposição de um atleta para determinada lesão, bem como as cargas físicas exageradas, sem o devido tempo de recuperação, são muitas vezes difíceis de gerir em alta competição.
Quais as lesões mais comuns no futebol?
Rui Dias – As lesões musculares, devido às cargas excessivas que os músculos são sujeitos. E as lesões traumáticas, próprias de um desporto que implica algum contacto físico.
E quais a mais graves?
Rui Dias – Invariavelmente, as mais graves são sempre as que implicam um maior tempo de paragem por parte do atleta. Situações em que se tenha que recorrer á cirurgia, tais como roturas de ligamento cruzado anterior a lesões cartilaginosas nos joelhos e roturas do tendão do aquiles no pé.
No desporto a boa alimentação e o apoio psicológico são fatores fundamentais para o bem-estar do atleta?
Rui Dias – Sem dúvida, o corpo do atleta não é igual a uma pessoa que não o seja. Necessita de outras e maiores fontes de energia quer antes do exercício, para lhe proporcionar os nutrientes que necessita para suportar o esforço a que vão ser sujeitos, quer depois, no sentido de repor o mais rápido possível as energias gastas. O apoio psicológico quer de um psicólogo que eventualmente possa existir, mas também dos colegas de equipa, da equipa técnica, da equipa medica bem como os familiares e amigos é um fator essencial. Se a mente não esta sã o corpo também não estará.