Animais cada vez menos usados em experiências em Portugal

Apesar de ainda se utilizar “milhares de animais” em experiências e testes, em Portugal, Mariana Crespo, da Sociedade Portuguesa para a Educação Humanitária, sublinha o facto deste número ter vindo a diminuir.teste-animais

Segundo noticia o P3, os investigadores portugueses usam cada vez mais as alternativas aos testes em animais nas suas pesquisas. Algumas dessas “boas práticas laboratoriais” feitas em Portugal, principalmente nas universidades, foram apresentadas na segunda Conferência Internacional de Alternativas à Experimentação Animal, que se realizou dia 8 e 9 de Maio, em Lisboa.

Neste encontro, participaram investigadores internacionais e portugueses que utilizam modelos alternativos e pretendem eliminar os animais das suas investigações.

Mariana Crespo afirma que estas alternativas são “mais fidedignas” e exemplificou com o teste à irritação dos olhos, que consiste na aplicação de produtos nos olhos dos animais para testar a sua toxicidade.

Apesar de no espaço europeu ser proibido o teste em animais para cosméticos, esta experiência ainda é muito frequente. Uma alternativa que, segundo Mariana Crespo, se tem revelado mais eficaz é o teste de determinado composto químico em células humanas, cultivadas in vitro. Assim, é possível “testar as substâncias em células como as da pele, do fígado ou do estômago, consoante o objetivo da investigação”.

Mariana Crespo reconhece que em Portugal ainda são usados “milhares de animais” em experimentações, mas “o crescente desenvolvimento de alternativas à experimentação animal move-se cada vez mais no sentido de privilegiar as alternativas”.

Diana Pinto Alves

A ciência no feminino antes da Revolução dos Cravos

Em 1933, Portugal começou a ser regido por um Estado autoritário que permaneceu por mais 41 anos. Tudo acabou com a Revolução dos Cravos, no dia 25 de Abril de 1974.
O Estado Novo não modificou apenas a política do País, a sociedade e a cultura mudaram, as liberdades foram suprimidas e a censura era exercida no jornalismo e nas artes.
Tudo apontava que a aposta na ciência e na tecnologia estagnasse. Na verdade, Portugal continuava a ser um dos países europeus menos desenvolvidos na área da ciência.
O mote “Deus, Pátria e Família” estava presente no quotidiano da população portuguesa. Muitas mulheres tinham uma vida dedicada à família, eram vistas como “donas de casa, esposas e mães” e, ainda se acreditava que os homens deveriam ser o sustento da família, devido “às diferenças resultantes da sua natureza e pelo bem da família”, como se lê na Constituição de 1933.
Quando pensamos em mulheres portuguesas na ciência, pensamos no presente e, custa-nos a acreditar que, de facto, a ciência era também exercida no feminino no período do Estado Novo.

Conheça aqui algumas mulheres que desafiaram os ideais do Estado Novo e mudaram a ciência em Portugal:

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Bianca Edmée Marques (1899-1986): órfã de pai aos oito anos de idade, foi a sua mãe que se encarregou da educação. Formou-se na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa em Ciências Físico-Químicas, obtendo sempre as classificações mais altas em todas as disciplinas.
Ainda antes de terminar o curso, foi convidada para Assistente de Química e foi a única mulher entre professores e funcionários do Laboratório de Química.
Quanto à sua atividade enquanto docente, entre 1942 a 1953 foi Professora Extraordinária e, em 1954, concorreu a uma vaga de Professor Catedrático, em que ficou aprovada por mérito absoluto, mas só ascendeu à categoria passado 12 anos.


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Seomara da Costa Primo (1895-1986): distinguiu-se como professora no ensino secundário e universitário e como investigadora nas áreas das Ciências Naturais e da Educação.
Estudou na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa onde concluiu o curso de Ciências Histórico-Naturais, em 1919.
Em 1942, tornou-se a primeira mulher a doutorar-se em Ciências. Seomara foi autora de vários artigos científicos, publicados na imprensa especializada e citados na imprensa estrangeira.


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Sara Barchilon Benoliel (1898-1970): licenciou-se na Faculdade de Medicina de Lisboa, em 1925. Foi a primeira médica pediatra em Portugal e teve um papel importante no desenvolvimento da pediatria do País.
Publicou numerosos trabalhos na área da puericultura e pediatria, combatendo sempre os preconceitos e o imenso atraso de Portugal nesta área. Foi também uma das primeiras mulheres do seu tempo a guiar carro, o que causou um certo escândalo.
Foi ainda ativista da Hehaber, uma organização que teve durante a II Guerra Mundial um papel relevante no apoio aos refugiados de Hitler.


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Maria de Lourdes Ruivo Pintasilgo (1930-2004): foi uma engenheira química, a única mulher que desempenhou o cargo de primeiro-ministro em Portugal e a terceira mulher a desempenhar o mesmo cargo na Europa.
Em 1953, com 23 anos, licenciou-se em Engenharia Químico-Industrial, pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa, numa época em que eram poucas as mulheres que enveredavam pela área da engenharia: entre os 250 alunos do seu curso, apenas três eram mulheres. Com a opção por esta licenciatura, desejava mostrar que o desafio do mundo industrial e a novidade da técnica eram também acessíveis às mulheres.
Iniciou a sua carreira profissional, em Setembro de 1953, como investigadora na Junta de Energia Nuclear. Em Julho de 1954, foi nomeada chefe de serviço no Departamento de Investigação e Desenvolvimento da Companhia União Fabril, que aceitou pela primeira vez uma mulher nos seus quadros técnicos superiores.
A sua carreira na política começou após a Revolução dos Cravos, sendo nomeada secretária de Estado da Segurança Social no I Governo Provisório.

Conheça a vida de mais mulheres que mudaram a história de Portugal na AMONET (Associação Portuguesa de Mulheres Cientistas).

Diana Pinto Alves

Perfume que cheira melhor com a transpiração

Esqueça os lendários Chanel nº5 e Miss Dior. Um novo perfume está a ser desenvolvido por cientistas irlandeses que prometem algo que falta nos perfumes mais vendidos.

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O chefe da investigação, Nimal Gunaratne, e uma das cientistas que está a desenvolver o perfume inteligente.

Segundo noticia o Boas Notícias, em pouco tempo poderá encontrar no mercado um perfume “inteligente”, cujo cheiro melhora com a transpiração. O perfume foi desenvolvido por investigadores irlandeses e a ideia pode parecer esquisita, mas é bastante simples: quanto mais suar, mais agradável será o aroma libertado pelo perfume.

Os cientistas responsáveis pela invenção, explicam que este perfume inovador foi criado através da mistura de uma fragrância com um líquido iónico (sal em forma líquida), que não tem cheiro.

O líquido iónico liberta o aroma da fragrância quando entra em contacto com água (neste caso, com o suor da pele húmida), o que significa que, quanto mais elevados forem os níveis de transpiração, mais intenso será o odor do perfume.

Esta invenção é também capaz de remover os odores desagradáveis associados ao suor, já que o líquido iónico atrai os tióis – compostos que causam o mau-cheiro – e faz com que estes percam a potência.

“Além de ter um grande potencial comercial e de poder ser utilizado em perfumes e cremes para cosmética, também poderá ter aplicações noutras áreas da ciência, como a libertação lenta de determinadas substâncias”, afirma Nimal Gunaratne, líder da investigação cuja equipa está já em contacto com várias empresas de perfumaria para a futura implementação do sistema em novos produtos.

Consulte aqui o artigo científico online.

Diana Pinto Alves

Algumas mulheres que dedicaram a sua vida à ciência

A história está cheia de heroínas anónimas. Aqui poderá conhecer algumas mulheres que continuaram com as suas investigações e o seu trabalho científico, apesar dos impedimentos sexistas da época.

Na solidão do laboratório, no anonimato ou na sombra do sucesso dos seus colegas homens, a história das mulheres que dedicaram as suas vidas à ciência é pouco conhecida. Algumas descobertas são reconhecidas e usadas em todo o mundo.

Hipátia de Alexandria

hipatiaFoi uma das primeiras mulheres a realizar uma contribuição fulcral no desenvolvimento da matemática. Graças ao filme “Ágora”, do espanhol Alejandro Amenábar, algumas pessoas conheceram a vida desta cientista que escreveu sobre geometria, álgebra e astronomia e aprimorou o desenho dos primeiros astrolábios. Nasceu no ano 370, em Alexandria (Egito) e foi morta em 416, quando os seus trabalhos em filosofia e astronomia foram considerados uma heresia por um grupo de cristãos, que a assassinaram brutalmente.


Marie-Sophie Germain

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Germain foi uma matemática, física e filósofa francesa que fez importantes contribuições para a teoria dos números e para a teoria da elasticidade. Um dos estudos mais importantes é hoje conhecido e usado nas escolas, os números primos. Consciente dos impedimentos machistas que enfrentava, assinou várias pesquisas com um pseudónimo masculino: “Por medo de ser ridicularizada por ser mulher e cientista, adotei previamente o nome de Monsieur LeBlanc”.


Lise Meitner

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Meitner promoveu um grande desenvolvimento no campo da radioatividade e da física nuclear. Esta invenção foi crucial para a obtenção da energia atómica. O seu colega de laboratório, Otto Hahn, deu continuidade à pesquisa e em 1944 ganhou o prémio Nobel de Química, deixando Meitner de fora de todo o reconhecimento. Anos mais tarde, o elemento químico meitnério recebeu esse nome em sua homenagem.


Jocelyn Bell Burnell

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Nascida em 1943, a astrofísica britânica observou pela primeira vez o sinal de um pulsar, nome dado às estrelas de neutrões.
Burnell publicou um artigo na revista “Nature” sobre a descoberta, mas o reconhecimento foi para Antony Hewish, o seu orientador, que recebeu o prémio Nobel de Física em 1974.


Rosalind Franklin

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Os dados com que James Watson e Francis Crick criaram em 1953 o modelo da dupla hélice para descrever a estrutura do ADN foram descobertos pela cientista britânica. Apesar da descoberta, a cientista não recebeu o prémio Nobel de Medicina e Fisiologia, mas sim os seus colegas Watson e Crick. Morreu em 1958 e, somente quatro anos depois, a academia sueca reconheceu a importância da sua descoberta.


Frances E. Allen

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Allen foi a primeira mulher a receber o prémio Turing, equivalente ao Nobel de Tecnologia, em 2007. As suas contribuições melhoraram substancialmente o desempenho dos programas de computador e aceleraram o uso de sistemas de computação. O seu trabalho contribuiu para resolver problemas como a previsão do tempo, a sequência do ADN e as funções de segurança nacional.

Diana Pinto Alves

Alimentação saudável na Primavera

A Primavera chegou há poucos dias. Com a chegada dos dias mais quentes, a necessidade de água e de fazer uma alimentação mais saudável aumenta.

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No Mercado do Bolhão no Porto poderá encontrar todos os tipos de legumes e frutas da época.

A estação das flores é também uma época de grande variedade de frutas e legumes. Agora pode colocar as desculpas de lado para não usar e abusar dos alimentos da época.

Para quem não é um bom amigo das frutas poderá usá-las em batidos ou em sumos naturais, que são ricos em nutrientes e vitaminas.

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As frutas da época são o ananás, a laranja, a banana, a maçã, a pêra e o limão.

Devemos dar preferência aos alimentos cozidos a vapor e aumentar o consumo de cereais. Ao cozer os legumes em água e aproveitar essa mesma água para fazer caldos ou arroz conseguimos reter todos os nutrientes dos alimentos. Os legumes e verduras da época são os brócolos, a cebola, a cenoura, a couve de Bruxelas, as ervilhas, os grelos e outros legumes saborosos.

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Nunca se esqueça de lavar bem os legumes, frutas e verduras.

Confira as dicas para uma dieta saudável durante todo o ano:

– Lembre-se que a qualidade e variedade dos alimentos são mais importantes que a quantidade;
– Substitua alimentos refinados (brancos) por integrais, como pão, massas e arroz;
– Evite alimentos com muito açúcar, gorduras saturadas e altos níveis de sódio;
– Beba cerca de dois litros de água por dia;
– Reserve pelo menos 30 minutos por dia para fazer exercício físico.

Diana Pinto Alves

Eclipse Solar: quando, como e onde observar o fenómeno

É já na próxima sexta-feira, dia 20 de março, que a Europa terá a oportunidade de testemunhar o maior eclipse solar registado desde 1999. O fenómeno vai ser visível em Portugal Continental e nas ilhas, embora de forma parcial.

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Apesar de se tratar de um eclipse total, isto é, em que a Lua tapa o Sol por completo, o fenómeno só será observável na sua (quase) plenitude nos países mais a Norte do Velho Continente, como a Noruega e a Islândia, onde a “escuridão” poderá ultrapassar os 90%.
De acordo com o Observatório Astronómico de Lisboa (OAL), em Portugal, o eclipse começará a ser visível por volta das 08.00h da manhã, prevendo-se que o clímax do acontecimento, que não deverá ultrapassar os 65%, seja cerca de duas horas depois.

De realçar que não é recomendável olhar diretamente para o Sol durante o eclipse. Os curiosos que queiram observar o fenómeno devem utilizar óculos de proteção especiais e nunca optar por alternativas como binóculos, óculos escuros convencionais ou telescópios sem filtros apropriados sob pena de danificar permanentemente a visão.

Por todo País, irão realizar-se sessões públicas de observação do eclipse solar de forma segura, entre as 8h e as 10h.

Em Lisboa, será possível assistir a observações públicas no campus da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, no Campo Grande, e no Observatório Astronómico de Lisboa (OAL), na Tapada da Ajuda. Ambas as atividades são livres e não exigem inscrição prévia. Nos dois locais estarão disponíveis telescópios, com filtros apropriados, para observação deste fenómeno. A organização ressalva, contudo, que as observações estão dependentes das condições meteorológicas.

Também o Planetário do Porto vai realizar uma sessão pública de observação. A entrada é livre e além dos telescópios vão ser distribuídos alguns óculos de segurança. Será também exibida uma simulação da observação do eclipse a partir do espaço.

O último grande eclipse do Sol foi em agosto de 1999. Quem quiser, deve aproveitar o eclipse deste ano já que o próximo será em 2026, no dia 12 de agosto.

 Diana Pinto Alves

Quando a Internet se transformou num símbolo de esperança

A tecnologia tem vindo a revolucionar o Mundo como até há poucos anos o conhecíamos. A Internet e as novas tecnologias levam informação e conteúdos até às distâncias mais remotas, com rapidez, eficiência e a baixo custo. Para além das vantagens mais óbvias, estas inovações permitem que as opiniões das pessoas ganhem uma importância ao nível de algumas personalidades, instituições e organizações, sendo possível influenciar e modificar a sociedade. Foi exatamente isto que aconteceu em dezembro de 2010.
No último mês de 2010, um jovem tunisiano, Mohamed Bouazizi, ateou fogo ao próprio corpo como forma de manifestação contra as condições de vida no país que morava. Mohamed não sabia, mas este ato que terminou com a sua vida impulsionou ao que mais tarde viria a ser chamado de Primavera Árabe. Este foi o rastilho de uma chama intensa que mudou o Mundo Árabe e, em consequência, todo o Mundo.
A Primavera Árabe é uma onda revolucionária que ganhou grande relevância através das redes sociais, com destaque para o Twitter, o Facebook e o Youtube. O Twitter era usado para a marcação de encontros pelos ativistas e para a disseminação de informações sobre o protesto. O Facebook era utilizado para debates, divulgação de locais e hora dos protestos, fotos e vídeos. O YouTube servia como ferramenta de armazenamento de vídeos.
Através dos novos media, os ativistas conseguiam organizar, comunicar e sensibilizar a população e a comunidade internacional no que diz respeito à repressão e censura, à falta de condições de vida nos diversos Estados Árabes, ao desemprego e à falta de oportunidades das gerações mais jovens, denunciando todas as questões envoltas dos regimes corruptos e autoritários.
A Primavera Árabe não teria sido a mesma sem os recursos proporcionados pela Internet, colocando assim em foco a importância das novas tecnologias e da Internet no processo de libertação nacional de povos oprimidos. A verdade é inquestionável: através das redes sociais, os ativistas chegaram além-fronteiras, fizeram ouvir a sua voz a um nível global, transformando a sua sociedade.
Desta forma, a Internet tornou-se uma arma poderosa contra os regimes totalitários, o que motivou preocupações por parte dos governos para controlar o ciberespaço e restringir o seu acesso. Os civis foram perseguidos por participarem em manifestações, por publicarem conteúdo de oposição e por divulgarem imagens que mostram a violência e o estado dos países. Os sites da Internet foram censurados e o acesso tornou-se limitado.
Com telemóveis e computadores, os jovens protagonistas da Primavera Árabe mudaram a forma como o mundo vê as mobilizações no Médio Oriente e desconstruíram ideias e preconceitos. A Internet pode ser uma força transformadora de sociedades e pessoas, que permite a quebra de barreiras geopolíticas, culturais e linguísticas.
É possível olhar para o mundo através de uma nova perspetiva. A sociedade moderna é ativa e é capaz de denunciar vários acontecimentos no ciberespaço. Nesse sentido, e ao contrário do que muitos pensam, podemos esperar uma sociedade cada vez mais presente e mais informada sobre a atualidade.

Diana Pinto Alves

Testes em Animais

Todos os anos, novos cosméticos, produtos de limpeza, vacinas e medicamentos são lançados no mercado. Provavelmente, muitos deles foram testados em animais.

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Antes de alguns produtos estarem expostos e disponíveis nas superfícies comerciais passam por longas e complexas experiências que deixam milhões de animais mutilados, queimados, envenenados e expostos à acção de gases em testes, que muitos activistas julgam ser ultrapassados e desnecessários. Por outro lado, os fabricantes afirmam que esses testes garantem a segurança dos produtos para utilização e consumo humano.

Em muitos casos foi provado que a utilização de animais na medicina e em outras ciências é injustificável, já que as características biológicas entre os humanos e os restantes animais são diferentes.
Além disso, várias experiências que foram bem-sucedidas em animais não mostraram quaisquer resultados em humanos, como por exemplo a vacina contra a SIDA. Em outros casos, os resultados foram negativos, como a talidomida, um sedativo lançado na década de 50 do século XX que, quando ingerida por mulheres grávidas, provocava má-formação e ausência de membros nos seus fetos.

Como são feitos os testes de laboratório em animais?

Porquinhos-da-índia, coelhos, macacos e cães são os animais mais utilizados pelos cientistas para realizar testes de laboratório. Estes animais são criados em viveiros chamados biotérios e geralmente são mortos após o estudo a que foram destinados.
Os defensores dos direitos dos animais repudiam esses testes, afirmando que são cruéis e inúteis, mas os cientistas argumentam que, sem eles, os avanços da medicina seriam fortemente prejudicados.

De olhos vermelhos e pêlo branquinho: Os testes em coelhos medem os efeitos químicos dos cosméticos.

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1. O produto é pingado nos olhos do animal. Os coelhos são os escolhidos para testes de cosméticos porque são fáceis de “dominar” e têm olhos grandes, o que permite a visualização das reações causadas pela substância.

2. Como os produtos podem causar dor, irritação e ardor, os coelhos são imobilizados e usam suportes no pescoço, evitando a auto-mutilação.

3. Também é comum o uso de clipes de metal nas pálpebras para manter os olhos do animal sempre abertos, o que ajuda na observação dos efeitos da substância.

4. No final, o coelho é morto para analisar os efeitos das substâncias no seu organismo.

O rato roeu a rolha: Novos medicamentos são desenvolvidos devido a testes em animais.

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1. Um novo remédio é testado em laboratório. Por exemplo, no caso de um medicamento contra o cancro, o pesquisador testa a sua eficácia em células cancerígenas num frasco.

2. Quando os resultados são promissores, passa-se à segunda fase: o estudo em animais. Os ratos domésticos, por terem um ciclo de vida curto e por se reproduzirem facilmente, são utilizados nas experiências.

3. Antes de tudo, é preciso “infectar” o rato com a doença. No caso de um novo medicamento contra o cancro, isso significa fazer crescer um tumor, semelhante às células estudadas no frasco.

4. O novo remédio é aplicado para comprovar a sua eficácia e toxicidade. O estudo analisa como é processado pelo organismo e se tem efeitos na reprodução.

5. Se o teste for bem-sucedido, o produto segue para a última etapa e será testado por pacientes.

Cada macaco no seu galho: As substâncias são injectadas no animal para determinar o quanto são tóxicas para os humanos.

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1. Uma sonda gástrica é inserida na garganta do animal para forçá-lo a ingerir a substância a ser testada. Os macacos, por terem o organismo parecido com o dos humanos, são as cobaias mais utilizadas no estudo.

2. A substância também pode ser inalada ou administrada através de injeções.

3. O objetivo é saber qual é a dose máxima que o organismo pode suportar. Mesmo que a substância seja segura, é comum tentar encontrar uma concentração que seja impossível de tolerar pelos humanos, levando as cobaias à morte.

Diana Pinto Alves

Imagens retiradas de:
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/como-sao-feitos-testes-laboratorio-animais-609418.shtml

Impressão em 3D dá nova vida a Derby

Derby nasceu com uma deficiência nas patas dianteiras. Este cão estava destinado ao corredor da morte, mas graças a Tara Anderson e às próteses feitas com tecnologia de impressão 3D, Derby foi salvo.

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Fotos retiradas da página no Facebook de Derby: https://www.facebook.com/pages/Derby-Portanova/1522450171310175?sk=timeline

Quando Derby nasceu, os seus donos não sabiam como lidar com a má formação congénita. O problema limitava de tal forma a mobilidade do cão e a sua qualidade de vida que os donos pretendiam mandá-lo para abate.
Mesmo sabendo de todas as dificuldades em criar um animal nesta situação, Tara Anderson decidiu adoptá-lo. “Deparei-me com Derby há pouco tempo. Olhava para as fotos dele, ouvia a sua história e chorava o tempo todo. Eu tinha de tentar ajudar aquele cão”, afirmou a nova dona do animal.
A primeira decisão de Tara foi comprar umas “rodinhas” para o animal. Era a decisão mais comum para este tipo de casos, mas não era muito prática e cómoda.

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A partir desta insatisfação e, com a ajuda da 3D Systems, uma empresa de impressão a três dimensões, conseguiram criar umas próteses para o cão.
O resultado é incrível, Derby consegue correr e divertir-se com outros animais sem quaisquer limitações.
“Nós notamos como agora ele está mais feliz. Corre e brinca como nunca. Todos os dias, ele sai para caminhar e é sempre o mais rápido”, disse Tara.
O vídeo no Youtube sobre Dervy tornou-se viral e muitas pessoas preocupavam-se com o facto de as próteses parecem demasiado baixas. A empresa respondeu de imediato, “os modelos em 3D são fáceis de modificar. Mudaremos a prótese quando Derby completar o seu crescimento. Esta já é a quarta versão das suas próteses”.

Diana Pinto Alves

Veja como Derby foi salvo pela Ciência:

Homem com braços amputados controla prótese com o cérebro

Leslie Baugh faz história ao tornar-se a primeira pessoa a receber próteses biónicas, controladas com o pensamento.

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(Frame retirado do canal do Youtube de JHU Applied Physics Laboratory). O homem norte-americano perdeu os dois braços há 40 anos, num acidente de trabalho.

Baugh perdeu os membros superiores num acidente laboral. Quatro décadas depois, teve a oportunidade de experimentar uma nova prótese.
O norte-americano controla o movimento dos “membros” superiores, simplesmente pensando em movimentá-los. Trata-se de uma tecnologia desenvolvida pela Universidade de Johns Hopkins, em Baltimore, nos Estados Unidos.
O maior desafio deste sistema sempre foi descodificar com eficácia os impulsos cerebrais. A Universidade Johns Hopkins apostou numa solução: colocou elétrodos sobre os nervos dos músculos do peito que ficaram da amputação e que ainda reagem às ordens do cérebro.
O norte-americano colaborou vários meses com os investigadores para criar algoritmos de reconhecimento, que identificam esses nervos. “Depois, essa informação é encaminhada para a prótese e permite o movimento”, explica o cirurgião Albert Chi.
Para fazer a ligação entre os músculos e o cérebro, o paciente tem de utilizar um colete, no qual as próteses e os elétrodos estão ligados. Pela primeira vez, este sistema está integrado no indivíduo, em vez de estar ligado a um computador.
Após vários testes, Baugh consegue movimentar as mãos, os braços, os cotovelos e os ombros. Mas, “ainda tem de selecionar quais dessas partes é que quer mexer primeiro”, afirma a investigadora Courtney Moran.
Albert Chi afirma que se trata de uma grande revolução que “ainda agora começou e tem imenso potencial para ser desenvolvida nos próximos 15 anos”.
Leslie tem esperança de retomar a sua autonomia, “talvez um dia volte a conseguir realizar gestos simples nos quais a maioria das pessoas nem pensa, como colocar moedas numa máquina”.

Diana Pinto Alves

Confira como a ciência consegue mudar a vida de uma pessoa, aos 2’30”