Todos os anos, novos cosméticos, produtos de limpeza, vacinas e medicamentos são lançados no mercado. Provavelmente, muitos deles foram testados em animais.
Antes de alguns produtos estarem expostos e disponíveis nas superfícies comerciais passam por longas e complexas experiências que deixam milhões de animais mutilados, queimados, envenenados e expostos à acção de gases em testes, que muitos activistas julgam ser ultrapassados e desnecessários. Por outro lado, os fabricantes afirmam que esses testes garantem a segurança dos produtos para utilização e consumo humano.
Em muitos casos foi provado que a utilização de animais na medicina e em outras ciências é injustificável, já que as características biológicas entre os humanos e os restantes animais são diferentes.
Além disso, várias experiências que foram bem-sucedidas em animais não mostraram quaisquer resultados em humanos, como por exemplo a vacina contra a SIDA. Em outros casos, os resultados foram negativos, como a talidomida, um sedativo lançado na década de 50 do século XX que, quando ingerida por mulheres grávidas, provocava má-formação e ausência de membros nos seus fetos.
Como são feitos os testes de laboratório em animais?
Porquinhos-da-índia, coelhos, macacos e cães são os animais mais utilizados pelos cientistas para realizar testes de laboratório. Estes animais são criados em viveiros chamados biotérios e geralmente são mortos após o estudo a que foram destinados.
Os defensores dos direitos dos animais repudiam esses testes, afirmando que são cruéis e inúteis, mas os cientistas argumentam que, sem eles, os avanços da medicina seriam fortemente prejudicados.
De olhos vermelhos e pêlo branquinho: Os testes em coelhos medem os efeitos químicos dos cosméticos.
1. O produto é pingado nos olhos do animal. Os coelhos são os escolhidos para testes de cosméticos porque são fáceis de “dominar” e têm olhos grandes, o que permite a visualização das reações causadas pela substância.
2. Como os produtos podem causar dor, irritação e ardor, os coelhos são imobilizados e usam suportes no pescoço, evitando a auto-mutilação.
3. Também é comum o uso de clipes de metal nas pálpebras para manter os olhos do animal sempre abertos, o que ajuda na observação dos efeitos da substância.
4. No final, o coelho é morto para analisar os efeitos das substâncias no seu organismo.
O rato roeu a rolha: Novos medicamentos são desenvolvidos devido a testes em animais.
1. Um novo remédio é testado em laboratório. Por exemplo, no caso de um medicamento contra o cancro, o pesquisador testa a sua eficácia em células cancerígenas num frasco.
2. Quando os resultados são promissores, passa-se à segunda fase: o estudo em animais. Os ratos domésticos, por terem um ciclo de vida curto e por se reproduzirem facilmente, são utilizados nas experiências.
3. Antes de tudo, é preciso “infectar” o rato com a doença. No caso de um novo medicamento contra o cancro, isso significa fazer crescer um tumor, semelhante às células estudadas no frasco.
4. O novo remédio é aplicado para comprovar a sua eficácia e toxicidade. O estudo analisa como é processado pelo organismo e se tem efeitos na reprodução.
5. Se o teste for bem-sucedido, o produto segue para a última etapa e será testado por pacientes.
Cada macaco no seu galho: As substâncias são injectadas no animal para determinar o quanto são tóxicas para os humanos.
1. Uma sonda gástrica é inserida na garganta do animal para forçá-lo a ingerir a substância a ser testada. Os macacos, por terem o organismo parecido com o dos humanos, são as cobaias mais utilizadas no estudo.
2. A substância também pode ser inalada ou administrada através de injeções.
3. O objetivo é saber qual é a dose máxima que o organismo pode suportar. Mesmo que a substância seja segura, é comum tentar encontrar uma concentração que seja impossível de tolerar pelos humanos, levando as cobaias à morte.
Diana Pinto Alves
Imagens retiradas de:
– http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/como-sao-feitos-testes-laboratorio-animais-609418.shtml